O Arquicast conversa com um dos mais instigantes e renomados arquitetos brasileiros, Eduardo Longo. Descrever a obra de um profissional é um desafio complexo, especialmente quando falamos de uma figura como ele, cujo trabalho se destaca por uma negação aos princípios estabelecidos em sua época, buscando constantemente inovações e experimentações na arquitetura.
Desde sua época de estudante na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, Eduardo Longo já se mostrava distante dos cânones da chamada Escola Paulista. Enquanto a arquitetura modernista e racionalista predominava, Longo ousava em desenhar projetos com formas independentes, ângulos agudos e obtusos, incorporando coberturas multifacetadas e poucas aberturas nas superfícies, o que lhe rendeu críticas e resistência por parte do corpo docente e estudantil.
Mesmo diante delas, Longo não se abalou e manteve sua busca por espaços inesperados e soluções não convencionais. Um exemplo marcante desse período, que o arquiteto nos relata na entrevista, foi a construção da Casa de Praia Mar Casado, projeto realizado para seus tios, que acabou recebendo reconhecimento por sua relevância, inclusive de importantes figuras como Pietro Maria Bardi.
Em uma segunda fase do seu trabalho, Longo buscou soluções mais leves e com possibilidade de pré-fabricação, o que o levou a desenvolver construções esféricas, como a famosa Casa Bola. Concebida durante a década de 1970, a casa consiste em uma gigantesca bola que posa sobre a antiga casa e ateliê do arquiteto.
Nesta entrevista, além de entendermos melhor a personalidade de Longo, suas fontes de inspiração, seu processo criativo e a relação com as novas tecnologias, escutamos histórias de um apaixonado pela arte, pelas pessoas e pelas vivências.